A psicanálise tem como objetivo primordial decifrar o inconsciente.
Para tornar isso possível o analista usará sua escuta e contará com o comprometimento do paciente. Chamamos essa escuta de “escuta clínica” que está para além do ouvir, mas sim escutar com seu próprio inconsciente e atentar para o que está subjacente nas palavras.
O analista usa como ferramenta para a escuta clínica o que chamamos de “atenção flutuante” que permite escutar aquilo que transcende o discurso objetivo e compreender os detalhes que nos dão pistas para solucionarmos esse enigma inconsciente.
Do outro lado, o analisando deve fazer o que chamamos de”associação livre” que consiste em ir dizendo tudo que passa pela cabeça: sem filtrar, censurar ou omitir nada. Não existe assunto particular em análise, precisamos do máximo possível de informações para entender a complexidade do conflito.
Para ocupar essa função de analista é preciso mais do que uma formação. O analista constrói seu percurso sustentado pelo “tripé psicanalítico” que é composto por: formação teórica, supervisão clínica e análise pessoal. Com esse tripé em dia o analista tem as ferramentas necessárias para receber o analisando e oferecer uma saída para seus conflitos sem que seus próprios conflitos inconscientes se misturem com os do paciente. Por isso, não basta ter um diploma de Psicologia, é preciso estar em constante aprimoramento, pois a formação do analista jamais tem um fim.