A relação com os primeiros objetos de amor e ódio da criança tendem a persistir por toda vida influenciando todas as relações posteriores.
As pessoas que ela vai conhecendo durante a vida vão sendo colocadas nesses padrões de relação construídos lá atrás, fazendo com que todas as expectativas em relação a essas pessoas e à forma como espera ser visto e tratado por elas, passem pelo crivo distorcido das suas fantasias. Mesmo confrontada com provas de que essa distorção não corresponde à realidade, o sujeito não consegue se desfazer desse ciclo de reprodução de relações e situações.
Uma pessoa que não estabeleceu a constância de objeto (segurança de que a pessoa de referência não a abandonará), estará sempre desconfiada, poderá ser controladora, evitar relacionamentos mais estreitos, tentar agradar a qualquer custo, etc. As possibilidades são infinitas.
Às vezes leva muito tempo para que se perceba que o conflito é mais interno do que externo. Às vezes isso nunca acontece. Às vezes o sujeito chega no divã com a queixa de que “precisa aprender a lidar com pessoas que deveriam fazer terapia e não fazem”. De qualquer forma, estar no divã é saber que o problema com o outro tem qualquer coisa a ver consigo. Que tal fazer terapia/análise para se haver consigo antes de querer lidar com o outro?