Abrir mão do sintoma é sempre perigoso para o paciente porque o sintoma é uma formação de compromisso, ou seja, uma solução possível, para uma satisfação que não pode ser realizada. É uma tentativa de cura, grosso modo.
Não se sabe o que pode acontecer quando um sintoma desaparece. Que forças psíquicas serão liberadas? O paciente vai ficar se sentindo pior do que estava? Vai poder suportar essa dor? A análise é sem garantias.
Confiar no analista é uma vantagem para atravessar momentos difíceis, assim como recordar o sofrimento que o trouxe ao divã.
O desaparecimento de um sintoma é a causa de inúmeras resistências e muitas vezes desistência. Esse é o fim da jornada para muitos pacientes que se assustam em não poder mais se apoiar no seu sintoma.
Por mais paradoxal que seja, muitos chegam à análise para se livrar de um sintoma e a abandonam por não querer se livrar dele.