As doenças psicossomáticas com frequência apontam para um funcionamento arcaico e pré verbal – de uma época muito anterior à aquisição da linguagem.
É como se estivéssemos diante de um bebê, como compara Mcdougall (1991). Um bebê que, não podendo utilizar as palavras para comunicar seus pensamentos, só pode contar com o corpo como porta voz.
Mais dia, menos dia, todos nós somatizamos, principalmente em situações que ultrapassam nossa capacidade habitual de tolerância. O que nos difere dos psicossomatizadores é que eles reagem assim em praticamente todas as situações.
Quando um adulto apresenta sintomas psicossomáticos precisamos estar preparados para enfrentar conflitos muito primitivos. Considerando que estamos diante de uma organização pré verbal, não podemos esperar que as fantasias ligadas apareçam na associação livre.
Por serem tão primitivos, é difícil fazer a conexão das fantasias em sintomas, podendo levar anos, o que acarreta um sentimento contratransferencial difícil. Nesses casos, contamos muito com os sonhos e atuações como mensageiros das fantasias que não puderam ser transformadas em palavras.